Semana Filosófica
O menino, o rei e o bom velhinho
ENCONTRO ENTRE CATÓLICOS E JUDEUS
Durante toda semana (20 a 24 de maio) os
Postulantes¹ de Filosofia da Comunidade São João Evangelista irão participar da
Semana Filosófica, com o tema "Existencialismo, Ateísmo e Fé", promovida pela Faculdade de Filosofia e Teologia Paulo VI. A
semana irá acontecer no novo campus da Faculdade, no centro de Mogi das Cruzes.
Lembrando que a partir do dia 05/08, deste ano os alunos já estão todos
estudando nesse novo endereço.
A semana será uma semana de
debates, novos conhecimentos e de interação com a comunidade filosófica e teológica,
sem esquecer que a faculdade estará aberta para a comunidade participar desses
encontros.
¹ Ver membros da Comunidade
Lemi Orev SION
_________________________ O menino, o rei e o bom velhinho
Cardeal Odilo Scherer
Arcebispo de São Paulo
No Natal os cristãos comemoram o nascimento de Jesus Cristo. Aconteceu há cerca de 2 mil anos, quando ainda não se fazia registro do nascimento com lugar, dia e hora - isso é bastante recente. Mas quem duvidaria de que Jesus nasceu e existiu? Vinte séculos de testemunhos ininterruptos mantiveram viva sua memória, apesar das tentativas de apagar sua lembrança da História. Perseguições aos seus seguidores, regimes totalitários ou simplesmente movimentos culturais já se propuseram a eliminar, depurar ou passar para a posteridade de maneira distorcida o legado de Jesus Cristo para a humanidade. Não conseguiram.
Isso já começou logo que Jesus nasceu. Conta-nos o evangelista São Mateus que o rei Herodes, encarregado romano de governar a Judeia, ao saber que em Belém havia nascido um menino, procurado e admirado por gente de toda parte, ficou assustado e quis saber mais sobre o pequeno: era Jesus, filho de Maria, casada com José, o carpinteiro de Nazaré. Sábios e intérpretes das Escrituras Sagradas afirmavam ao rei que as profecias sobre o ressurgimento do reino de Davi apontavam para Belém e o futuro rei poderia ser esse mesmo, o pequeno que acabara de nascer. Herodes, enciumado e furioso, tentou eliminá-lo já no berço, mas não conseguiu: o bom José tomou o menino e sua mãe e fugiu com eles para o Egito. Enquanto isso, Herodes espalhava terror e luto em Belém e arredores, com a ordem para que todos os meninos abaixo de 2 anos de idade fossem mortos (cf. Mt 2).
Nos primeiros tempos do cristianismo, os cristãos comemoraram mais a Páscoa do que o Natal. O anúncio do Evangelho estava centrado, sobretudo, no significado dos padecimentos, da morte e ressurreição de Jesus, no início da pregação dos apóstolos e no surgimento prodigioso da Igreja. Aos poucos, porém, também foi incluída a reflexão sobre a origem de Jesus, seu nascimento e sua infância, que a Igreja comemora no Natal (cf. Mt 1-2 e Lc 1-2).
Teólogos e pregadores dos séculos seguintes elaboraram reflexões de extraordinária beleza e profundidade sobre essa primeira etapa da vida de Jesus, partindo da fé dos cristãos: nesse menino, o próprio Deus veio ao encontro da humanidade e assumiu nossa condição frágil e precária, para redimi-la e dar-lhe sentido e perspectiva de futuro. A liturgia católica do Natal ainda conserva algumas dessas joias, que o pensamento teológico lapidou naquela época: "Ó Deus, nesta noite santa, o céu e a Terra trocam seus dons... No momento em que vosso Filho assume a nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade!".
São Nicolau, um bispo do 4.º século nascido em Mira, na atual Turquia e cujo sarcófago está conservado na Catedral de Bari, no sul da Itália, compreendeu isso muito bem: na festa do Natal, saía pelas ruas distribuindo presentes aos pobres, sobretudo às crianças. Queria, assim, compartilhar a festa e a alegria com todos porque o Natal de Jesus era um imenso presente de Deus para a humanidade inteira! Talvez tenha nascido aí a tradição dos presentes de Natal e da festa contagiante, que também hoje se faz.
Na Idade Média, São Francisco de Assis não se cansava de contemplar o "sublime mistério" do Natal: o Grande Deus veio a nós na simplicidade e na fragilidade de uma criança! Alguém poderia ter imaginado algo assim?! Ninguém mais precisa ter medo de se aproximar do Eterno! Os braços estendidos do menino são o abraço de Deus, que acolhe a todos com infinita ternura!
Francisco, poeta e cantor da beleza, quis que a cena do Natal de Jesus, narrada nos Evangelhos, fosse percebida concretamente e "criou" o presépio, com a ambientação e os figurantes dos relatos bíblicos sobre o nascimento de Jesus. A tradição dos presépios no Natal espalhou-se rapidamente pelo mundo cristão.
Os tempos modernos deram-se conta de que o Natal tinha um apelo comercial muito bom e vendia bem. Natal virou coisa para comprar! E para promover melhor o seu consumo foi criado um garoto-propaganda, chamado Papai Noel, o "bom velhinho", de barbas brancas, botas, roupão vermelho e gorro de lã... Alguma coisa nele ainda lembra o bispo São Nicolau, de outros tempos, que distribuía presentes de verdade! Papai Noel saiu da fantasia, talvez de trenó puxado por renas imaginárias, lá dos espaços nórdicos, onde faz frio nesta época do ano. Mas se deu muito bem nos trópicos também... Que importa um pouco de suor debaixo das pesadas roupas invernais? Doce fantasia, que encanta crianças e também agrada a adultos!
Natal tornou-se a festa de Papai Noel. E o Menino Jesus, onde ficou? Não era dele a festa? Será que o "bom velhinho" - Hô! Hô! Hô! -, na sua pachorra, vai conseguindo o que Herodes não conseguiu com sua ira: eliminar o menino da cena? Presépio? Em seu lugar, uma árvore enfeitada de desejos coloridos. Duendes e bruxas em lugar do menininho de braços estendidos. Bichinhos da Disney em lugar dos pastores de Belém e suas ovelhas. E uma infinidade de pacotes e de doces, em vez do ouro, incenso e mirra, oferecidos pelos reis magos ao Menino Jesus!
Pois é... Quase tudo como no começo!
Quando Maria estava para dar à luz, José, muito aflito, batia de porta em porta e procurava um lugar em Belém para que o Filho de Deus pudesse nascer entre os homens. São Lucas informa apenas: "Não havia lugar para eles". Por isso Jesus veio ao mundo num abrigo para animais, fora da cidade. Na cidade não havia lugar para ele. E, no entanto, continua atual o anúncio do anjo aos pastores nos campos gelados de Belém: "Não tenhais medo! Eis que vos anuncio uma boa notícia, e será boa também para todo o povo! Hoje nasceu para vós um salvador, que é o Cristo, Senhor!".
Mais atual do que nunca!
Publicado no jornal O Estado de São Paulo, edição de 10/12/2011
Arcebispo de São Paulo
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ENCONTRO ENTRE CATÓLICOS E JUDEUS
Os participantes do encontro, entre eles a Religiosa de Sion, Irmã Gisa. |
Católicos e judeus reuniram-se por dois dias em Curitiba com o objetivo de estreitarem sua relação. Nos 23 e 24 de outubro, uma série de eventos inter-religiosos ocorreram na capital paranaense. Foi a 17ª convenção anual da Comissão Nacional de diálogo católico judaico.
O primeiro encontro aconteceu no Studium Theologicum e foi aberto para um público mais amplo. O programa começou com uma saudação dos anfitriões, o arcebispo metropolitano de Curitiba, dom Moacyr José Vitti e o rabino Pablo Berman. Em seguida, houve uma apresentação musical de crianças do Colégio Sion que cantaram em hebraico "Al Shlosha Devarim" e "Ierushalaim Shel Zahav". Houve também um solo de violino com canções como "Adon Olam" e "Sunrise Sunset". O presidente da Federação Israelita do Paraná, Manoel Knopfholz, deu as boas vindas aos participantes e apresentou o presidente da B'nai Brith do Brasil, Abraham Goldstein, que discorreu sobre as conquistas e os desafios do diálogo católico judaico.
O tema principal deste encontro anual foi bio-ética e religião. Sobre este assunto, discorreram o Dr. Cícero Urban, oncologista católico e o rabino Michel Schlesinger. Depois das exposições, aconteceu um debate que possibilitou ao público presente a realização de perguntas aos dois conferencistas.
"Soubemos confrontar com coragem as diferenças que existem entre as duas tradições religiosas sem perder o respeito em momento algum. Mais uma vez pudemos constatar que não precisamos concordar em tudo para unirmos esforços por um mundo mais moderado", observou o rabino Michel Schesinger.
No dia seguinte, a reunião aconteceu nas instalações da comunidade judaica curitibana. O rabino Berman e o padre Jaime Sanchéz Bosch conduziram um estudo sobre interpretações da passagem bíblica "e escolherás pela vida". Em seguida, foi realizado um passeio pelas instalações da entidade que incluiu uma visita a recém inaugurada sinagoga Beit Yaacov.
Para o padre José Bizon da Casa da Reconciliação, "o carinho com que este encontro foi preparado e toda a condução do processo mostrou maturidade e a importância do dialogo inter-religioso. Tanto o estudo sobre bioética como os estudos bíblicos mostraram o quanto temos, em conjunto, para contribuir com o enriquecimento da sociedade".
A jornada de encontros terminou com uma avaliação detalhada desta convenção e projeções para a próxima conferência que deverá ocorrer no segundo semestre de 2012.
Rabino Michel Schlesinger
Rabino Michel Schlesinger
Fonte: CIP
ORAÇÃO DO MEIO DIA
Of.: Em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
As.: Amém.
Of.: Seja, ó Senhor...
As.: ... esta hora de nossa prece, hora favorável diante de ti; ó Deus, ouça-nos com a grandeza de tua misericórdia e responde-nos segundo a verdade de tua salvação.
Of.: Certos de que seremos ouvidos, vamos suplicar por Israel, pela Igreja, por nossa Congregação, por nossas famílias e conhecidos.
Of.: Jesus, prometido a Abraão, prefigurado em Isaac, Jacó e predito pelos profetas...
As.: Faze que a Igreja permaneça confiante nas Promessas das Escrituras.
Of.: Jesus, desejado das nações, nascido na casa de Israel e chamado “rei dos Judeus”...
As.: Faze que nossas esperanças sejam realizadas ao sermos enviados para anunciar o teu Reino.
Of.: Jesus, que instituístes o sacerdócio eterno segundo a ordem de Melquisedec...
As.: Ajuda-nos a ser fiéis ao sacerdócio no qual fomos batizados.
Of.: Jesus, da tribo de Judá, descendente da família de Davi e nascido da Virgem Maria...
As.: Faze que possamos observar sempre a tua Torah como fizeram os nossos antepassados.
Of.: Jesus, filho de São José...
As.: Aumenta a nossa família religiosa, dando-nos numerosas e santas vocações.
Of.: Jesus, que cumpristes a Torah de Moisés, foste prefigurado como maná oculto e depois colocado como sinal de salvação por tua morte e ressurreição...
As.: Que a fidelidade à Torah e à Aliança seja a marca de nossa presença na História.
Of.: Jesus, que choraste sobre Jerusalém e sobre Lázaro, que perdoaste os pecados de Madalena e do ladrão penitente...
As.: Dá-nos a sensibilidade para entendermos as dificuldades daqueles com que vivemos.
Of.: Jesus, que curaste os surdos, cegos e mudos...
As.: Cura também as nossas limitações que nos impedem ouvir, ver e anunciar.
Of.: Senhor Jesus, que derramaste sangue em tua agonia, flagelação, coroação de espinhos e morte, a fim de cumprir a Aliança de Deus com a humanidade...
As.: Livra-nos do medo da busca e do medo do diálogo, os quais impedem a nossa participação em tua morte libertadora.
As.: Ensina-nos a amar e a sermos amados, a fim de promover a paz e o bem!
Of.: Senhor Jesus, cujo sangue derramado na cruz, prefigurado pelo sangue de Abel, manifestate a plenitude da misericórdia divina...
Of.: Pelos méritos de teu Batismo, de tua Morte, Ressurreição e Ascensão...
As.: Dá-nos o entusiasmo, seriedade e decisão para crescermos como filhos de Deus e da Igreja.
Of.: Por teu Espírito Santo Consolador...
As.: Concede a todas as pessoas a graça de ouvir a tua Palavra e obedecê-la.
Of.: Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia...
As.: E aumenta a fecundidade da terra, a consciência do Homem para com a natureza a fim de que ela possa glorificar a Deus através de suas mãos.
que nós, Religiosos de Sion, possamos testemunhar, com a Igreja, o amor de Deus pela casa de Israel. Que nossa presença nesta comunidade seja um sinal de discernimento, a fim de que todos percebam o quanto Deus nos ama, amando Israel primeiro, e o quanto Deus ama Israel, amando sua Igreja. Que possamos estar atentos na busca de sua Palavra, a fim de conhecer e vive-la melhor. Que sejamos pessoas dessa Palavra, que é ação, e que agindo, possamos cumprir a nossa missão como Religiosos de Nossa Senhora de Sion.
Of.: Pelas vocações sionienses: Lembra, ó mãe Maria...
As.: De quem a ti buscou / nunca jamais voltou / sem receber de tuas mãos / o que
em oração pediu.
Na mesma fé viemos / fazer a nossa prece / pela porção da messe / pela qual tu mediaste / por amor ao povo teu.
Acolhe a nossa prece / segundo o teu amor, / dá-nos encarnar / o teu jeito de realizar / o projeto do amor do Pai / entre a Igreja e Israel. / Amém.
Of.: Nossa Senhora de Sion...
As.: Roga por nossos familiares, nossos amigos, nossos conhecidos e por nós
Of.: São José...
As.: Provê o necessário para que esta casa possa responder à esperança nela depositada.
Of.: Bendigamos ao Senhor.
As.: Demos graças a Deus. Amém.
Oração adaptada por Pe. Faustino,NDS