domingo, 30 de outubro de 2011

MUNDO E MUNDOS

JOEL MOREIRA, NOVIÇO

Hoje não existe um único mundo: existem mundos. Tentemos comparar a mentalidade de um jovem de classe-média que foi criado num apartamento no centro de São Paulo e uma criança que cresce no solo quente e estéril da Somália. Os contrastes não se limitam ao idioma ou distância territorial. Fatores econômicos, culturais e políticos são determinantes na identificação dos valores que fazem de uma realidade local um “mundo” isolado.

Se pensarmos nas possíveis causas das guerras de nossos dias (num mundo que se diz mais humanitariamente consciente), poderemos perceber o quanto as nações se comportam como “mundos” independentes. Cada um defende seus próprios interesses culturais e políticos, sendo difícil perceber, hoje, a existência de uma ética universal. Mesmo os que se dizem defensores de “direitos universais”, costumam estar apenas observando o mundo na perspectiva dos países mais economicamente influentes.

Do ponto de vista religioso, a questão não é muito diferente. A Igreja (cada um de nós) se comporta, não raras vezes, como um mundo à parte, desligada das outras realidades. A homilia que desperta no fiel somente as realidades de seu mundo (família, crises existenciais, pecados íntimos) é mais interessante que aquela que convida para a erradicação dos problemas sociais, para a eliminação dos preconceitos étnico-culturais ou para o diálogo e a tolerância religiosos.

Com isso, vão surgindo muralhas altíssimas que cerceiam o mundo religioso do mundo secular. Os preconceitos são as maiores demonstrações das divisões do mundo em “mundos”. Aquele que se diz religioso costuma enxergar o outro que não tem religião como alguém subversivo, indisciplinado e sem compromisso com a vida. Da parte deste último, a religião é retrógrada e tudo o que professa não faz mais parte da “realidade”.

Na perspectiva do Evangelho, pode-se dizer que o personagem principal do Cristianismo rompeu com um mundo isolado, dando abertura a possibilidades de fé em outros horizontes. Aquele que trouxe a água viva para saciar a Casa de Israel, percebe sede também entre os gentios. É nesta dinâmica que os muros se rompem e os mundos se tornam um só universo onde há um único Senhor.

Não se pode falar de missão, conversão e anúncio da Palavra sem se dar conta da realidade e perspectiva daquele que me ouve. Mais que expor discursos moralizantes, precisamos, a exemplo de Jesus, ter sensibilidade para perceber a realidade do outro, com seus preconceitos e limitações. E nosso discurso só será interessante se conseguirmos manter uma linguagem comum, e, já que somos cristãos, por que não a linguagem do Amor?

sábado, 29 de outubro de 2011

Luau e Retiro da Comunidade São João Evangelista

Neste sábado, dia 29 de outubro a Comunidade São João Evangelista realizou seu retiro mensal de oração. A partir do tema Fraternidade na Vida Comunitária os formandos refletindo a Sagrada Escritura, buscaram aprofundar seu espírito de Comunidade como pessoas que vivem juntas buscando um mesmo objetivo e comprometidas com o crescimento do outro. 
O retiro começou com um lual na sexta-feira a noite, onde nos confraternizamos com muita música e alegria.
Nos sábado já entramos num clima de silêncio, houve reflexão pessoal e comunitária, e terminamos com a adoração ao Santíssimo Sacramento. Confira algumas fotos:





No sábado já entramos num clima de silêncio, houve reflexão pessoal e comunitária, e terminamos com a adoração ao Santíssimo Sacramento. Confira algumas fotos:





Neste retiro reafirmamos nossa vontade de seguir os Mandamentos da Comunidade, que são os seguintes:
Ninguém é melhor do que ninguém, todo mundo está caminhando.
Ninguém é o mestre de ninguém, todos estão aprendendo.
Ninguém é senhor de ninguém, todos estão para servir, se doar e amar na liberdade.
O jeito de caminhar é de mãos dadas!
O jeito de aprender é saber ouvir!
O jeito melhor de amar é servir na liberdade!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Papa mostra que povo Judeu não pediu condenação de Jesus


O povo judeu, como tal, não condenou Jesus: esta afirmação de Bento XVI, no segundo volume de seu livro sobre o Cristo - "Jesus de Nazaré. Da entrada em Jerusalém até à Ressurreição" (Ed. Principia) - suscitou elogios entre expoentes judeus. Mas o que diz o texto?
Para responder a esta pergunta, é preciso folhear as páginas até chegar ao capítulo sobre o "julgamento de Jesus", quando Ele está diante de Pilatos. "Quem eram exatamente os acusadores? Quem insistiu em que Jesus fosse condenado à morte?", pergunta-se o Papa.
"De acordo com João, são simplesmente ‘os judeus'. Mas esta frase de João não indica de forma alguma o povo de Israel como tal - como talvez o leitor moderno poderia pensar - e muito menos tem um tom ‘racista'. Afinal, o próprio João pertencia ao povo de Israel, como Jesus e toda a sua família. A comunidade cristã primitiva estava formada inteiramente por judeus."
"Esta expressão tem, em João, um significado muito preciso e rigorosamente delimitado: com ela, ele se refere à aristocracia do templo. Assim, no quarto Evangelho, o círculo dos acusadores que buscam a morte de Jesus é descrito de forma precisa e claramente delimitada: Trata-se precisamente da aristocracia do templo, e inclusive esta não sem exceções, como dá a entender pela alusão a Nicodemos", fariseu e membro do Sinédrio.
O Papa, então, analisa a questão no Evangelho de Marcos, no qual, no contexto da anistia da Páscoa (Barrabás ou Jesus), aparece o "ochlos", quem opta por soltar Barrabás. "Ochlos", esclarece o Papa, "significa, antes de tudo, simplesmente um monte de pessoas, a 'massa'".
"Não admira que a palavra tenha uma conotação negativa, no sentido de ‘ralé'. Em todo caso, não indica o ‘povo' dos judeus propriamente dito. Esta ‘massa' é, na verdade, formada pelos partidários de Barrabás, mobilizados pela anistia; naturalmente, como rebelde frente ao poder romano, podia contar com certo número de simpatizantes".
"Portanto, estavam presentes os seguidores de Barrabás, a ‘massa', enquanto os seguidores de Jesus permaneciam escondidos, por medo; por isso, a voz do povo com a qual contava o direito romano se apresentava unilateralmente. Assim, em Marcos, existem os 'judeus', ou seja, os círculos de sacerdotes distinguidos, e também o ochlos, o grupo de partidários de Barrabás, mas não o povo judeu em si."
Os verdadeiros acusadores de Jesus
"O ochlos de Marcos se amplia em Mateus com consequências fatais, pois ele fala do ‘povo inteiro' (27,25), atribuindo a ele a petição de que Jesus fosse crucificado. Com isso, Mateus certamente não expressa um fato histórico: como poderia ter estado presente naquele momento todo o povo, pedindo a morte de Jesus? A realidade histórica aparece de maneira notoriamente correta em João e Marcos. O verdadeiro grupo dos acusadores são os círculos do templo daquela época, aos quais, no contexto da anistia da Páscoa, associa-se a ‘massa' dos partidários de Barrabás."
Alguns atribuíram a "culpa" do povo judeu na morte de Jesus a partir das palavras relatadas por São Mateus no meio da multidão que pede a morte de Jesus: "Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos" (27,25).
No entanto, esclarece o Papa e teólogo Ratzinger, "o cristão recordará que o sangue de Jesus fala um idioma muito diferente que o de Abel (cf. Hb 12.24); não clama por vingança e punição, mas é reconciliação. Não se derrama contra ninguém, mas é derramado por muitos, por todos".
Estas palavras, conclui, "significam que todos nós precisamos do poder purificador do amor, que essa força está em seu sangue. Não é maldição, mas redenção, salvação. Somente sobre a base da teologia da Última Ceia e da cruz, que percorre todo o Novo Testamento, as palavras de Mateus sobre o sangue adquirem seu verdadeiro sentido."
Um passo nas relações judaico-cristãs
Esta passagem tem sido usada para dar um passo adiante nas relações entre judeus e cristãos, segundo declarou nos últimos dias o presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas, Renzo Gattegna. Por outro lado, o porta-voz da Federação das Comunidades Judaicas da Rússia, Andrei Glotzer, elogiou as palavras do Papa.

sábado, 22 de outubro de 2011

Comunidade celebra aniversário do Claudemir

Neste dia 20 a Comunidade São João Evangelista comemorou a vida do postulante Claudemir que celebrou mais um aniversário.
Alguns amigos seus da Comunidade Paroquial de Arujá vieram para o jantar preparado pela Comunidade.
Também o Superior Geral, Pe. Donizete, Pe. José Maria e Ir. Osmar participaram do jantar.
Desejamos ao nosso irmão Claudemir muita saúde, paz e força na sua caminhada.
Veja as fotos:


Claudemir com os amigos da Faculdade


Comunidade participa da Semana Teológica na Faculdade Paulo VI

Comunidade participa da Semana Teológica na Faculdade Paulo VI

            Dos dias 17 a 21 de outubro a Comunidade São João Evangelista participou da Semana Teológica 2011 na Faculdade Paulo VI. O tema para reflexão era: As diretrizes gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015.
Pe. Fernando Sapaterro
            Houve palestras e círculos de reflexões durante todos os dias do evento. Vários professores de Teologia vieram de outras Faculdades falar sobre o tema, dentre eles: Pe. Fernando Sapaterro (Doutor em Filofosia), Pe. Vicente Frisullo (Doutor em Catequese), Pe. Geraldo Antônio (Doutor em História) e Dom Paulo Mascarenhas Roxo, Emérito de Mogi das Cruzes (Mestre em Teologia).

Comunidade motivando a oração



Dom Paulo Mascarenhas Roxo, OPRAEM

   Na sexta-feira houve a Missa de conclusão da Semana Teológica, presidida pelo Magnífico Reitor da Faculdade Pe. Claudio Delfino e concelebrada por padres professores e reitores, entre eles Pe. Gilmar, NDS. 

Pe. Gilmar, NDS, Pe Claudio Delfino, Pe. Claudio Francisco e Pe. Vicente



         












Por: Nayon Nigel

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Moisés Maimônides e a Ética Judaica




Desde a minha infância, sempre tive grande apreço pela cultura judaica. Mesmo tendo uma família de origem latina cristã-católica, sempre fui entusiasta da cultura hebraica, sempre ávido em conhecer melhor essa cultura tão forte e impressionante que é altamente relevante ao Ocidente. Nossa cultura ocidental está profundamente marcada pelo cristianismo, religião que tem sua origem profundamente atrelada ao judaísmo, bem como a nossa ética, e o nosso direito, que mesmo tendo grande influência romana e germânica, devido ao reino visigótico, povo de origem germânica que se estabeleceu em Portugal após a queda do império romano, e contudo todo o direito ocidental bebeu da fonte da Torá dos judeus, isso é incontestável.


Eu também sempre apreciei a fantástica inteligência judaica, nem preciso mencionar o grande número de prêmios Nobel que os judeus têm em suas estantes, bem como o número de intelectuais e cientistas judeus que mudaram a história das ciências, da Filosofia, enfim, qualquer pessoa com o mínimo de boa vontade perceberá que o povo judeu tem um diferencial em termos de educação e pedagogia.



Uma vez lendo uma versão em francês do “Le livre de la connaissance”, de Moisés Maimônides, tive a vontade de fazer o meu trabalho de conclusão de curso( Curso de Filosofia) sobre esse filósofo judeu. Na verdade, pensei em fazer sobre sua metafísica, e comecei a coletar um material considerável, mas logo comecei a me interessar pela pedagogia judaica, como se dá a erudição dos jovens judeus. Mas um ano depois decidi mudar o tema, ou seja, continuei com Moisés Maimônides, mas decidi fazer o trabalho de conclusão de curso com o seguinte tema, “ A Ética judaica em Moisés Maimônides.

O grande Moisés Maimônides

Moisés Maimônides, ou também conhecido pela alcunha de Rambam, cujo nome em hebraico é רבי משה בן מיימון, já a tansliteração seria Moshê Ben Maimon, nasceu a 30 de marco de 1135 em Córdoba, Espanha, ou seja, nasceu na época em que algumas cidades do sul da Espanha estavam sob o domínio mulçumano. Mas é preciso salientar que o sul da Espanha e da França foram invadidos em 711 pelos mouros, que em acordo com os visigodos se instalaram ao sul, e fizeram uma grande campanha de proselitismo para converter os ibéricos e franceses do sul. Ao contrário do que muita gente acredita, a grande maioria , ou melhor quase a totalidade dos muçulmanos da Espanha eram os próprios habitantes da Espanha , e não árabes, que outrora eram cristãos, mas seguiam a heresia de Ário, o arianismo, que era muito comum na Espanha e França da época, o arianismo não aceitava a divindade de Cristo, por isso segundo alguns historiadores muitos espanhóis se converteram em massa ao Islamismo naquela época.
No judaísmo, não há a ideia de pecado original.

A principio, o que mais me chamou atenção foi o fato de não haver o conceito de pecado original no judaísmo, pois eu nunca havia me questionado sobre esse fato, acho que muitos cristãos têm essa noção, mesmo que de forma inconsciente. para os judeus, os homens não nascem nem bons nem maus. Sendo assim, no cristianismo, a ideia de pecado original traz consigo a concepção que o individuo já nasce corrompido e é portador da mácula que é o pecado original.
 Para os cristãos, não há como remover esses pecados sozinhos, mas somente com a morte e sacrifício de Jesus, como expiação por todos os pecados da humanidade. Ou seja, para os cristãos não há outra forma de salvação a não ser por Jesus. 
 Em contrapartida, já que no judaísmo não há a ideia de pecado original. A visão judaica é que os seres humanos não nascem naturalmente bons ou maus. Todo indivíduo tem inclinações boas e más, mas tem também o livre-arbítrio moral para escolher o bem, e esse livre-arbítrio moral para o bem pode ser mais poderoso do que a inclinação para o mal.
 Na verdade, a ética judaica traz consigo a ideia de que os seres humanos decidem por si mesmos como agir. Isso é assim porque a inclinação para o mal e a possibilidade de pecado inerente à mesma permitem que as pessoas escolham o que é bom e, assim, obtenham mérito moral. A visão judaica não é a que as pessoas estão indefesas diante do equívoco moral e dependem de terceiros para serem salvas.
O judaísmo entende que os seres humanos foram dotados de recursos para que sejam capazes de optar pelo bem quando se deparam com uma situação em que há inclinações para o bem e para o mal. Assim, têm a possiblidade de aprender com os próprios erros e evoluir moralmente.

Em seus escritos éticos, em dois capítulos Maimônides retoma a figura do Messias de Israel. No capítulo “Leis sobre o arrependimento” e “ A Lei dos Reis e suas guerras”. Devemos nos recordar, que Maimônides está em franca idade média, e obviamente os escritos de Platão já foram disseminados por todo o Ocidente, então podemos notar que a figura messiânica que o Rambam esboça em sua obra, guarda certas semelhanças com ideal Platônico do filósofo-rei , podemos fazer uma analogia com a ideia de Estado perfeito de Platão. No VI capítulo da “República” de Platão, em um diálogo entre Sócrates e Glauco, o mestre de Platão afirma que os reis, os governantes e todos os representantes políticos, devem ser filósofos, para que assim o Estado real possa se transformar em ideal.

O Messias preconizado pelo judaísmo, é a sabedoria de Deus, a palavra de Deus, o nome Cristo em grego, vem da tradução do hebraico Messiach, que significa , ungido. Assim é necessário enfatizar, que embora, os cristãos tenham em Jesus de Nazaré, nascido judeu, o messias de Israel, os judeus ainda acreditam que o verdadeiro Messias de Israel está por vir.

A figura do Messias de Israel contém praticamente todos os atributos do Filósofo-rei, com algumas diferenças. Podemos dizer, que a figura do Rei de Israel, o messias prometido ao povo escolhido, não apenas ama a sabedoria, mas é a própria sabedoria, não apenas ama a verdade, mas é a própria verdade. O messias, aquele que vem para se assentar no trono de Davi é a própria virtude de Deus, totalmente apto e pleno para governar.
O grande Rei Davi


Na história de Israel, nenhum rei pôde ser tão perfeito, e modelo de virtudes tão completas, que mereça ter destaque como a figura do messias, que no caso dos judeus , ainda está por vir. Sim, Davi outrora foi um grande rei para os judeus, mas não possuiu jamais virtudes tão elevadas e não legou exemplos tão relevantes dos quais podem ser mencionados como dignos de perfeição.
 Eis aqui então a grande diferença da concepção do messias na tradição judaica e cristã. Enquanto que na tradição judaica o messias é descendente de Davi, e é apenas um legislador enviado por Deus, para o cristão, o messias é o próprio Deus encarnado que vem ao mundo para salvar os pecadores, e voltará para governar o seu povo eleito eternamente.
O messias dos judeus, será um ser humano normal,Descendente do Rei Davi, nascido de pais humanos. Consequentemente, é possível que até já tenha nascido, e ele profetizará a paz mundial. Semelhantemente, o Messias será mortal. Finalmente, morrerá e deixará seu reino como herança para seu filho ou sucessor.
 O Messias será o maior líder e gênio político que o mundo já viu. E, igualmente será o homem mais sábio que já existiu. Usará seus talentos extraordinários para precipitar uma revolução mundial que trará a justiça social perfeita para a humanidade, e influenciará todas as pessoas a servirem a Deus com coração puro. Ainda sobre os feitos messiânicos, Maimônides diz:
O Messias não se deixará iludir pela falsidade e hipocrisia deste mundo. Terá o poder para entender o espírito da pessoa, conhecendo assim, seu registro espiritual completo podendo então julgar se é culpado ou não. Com relação a este poder, está escrito, "Terá o deleite pelo temor a Deus; não julgará pelo que seus olhos veem, ou repreenderá pelo que seus ouvidos ouvem" (Isaías 11:3). Este é um sinal pelo qual o Messias será reconhecido. Porém, similarmente como o presente da profecia, este poder se desenvolverá gradualmente.
Nas áreas da lei e da filosofia judaica, as contribuições de Maimônides ao pensamento judaico são ímpares. Seu comentário à Mishná, Mishnê Torah e o Guia dos perplexos são cada qual um marco na história do pensamento judaico. De fato, a extensão da influência de Maimônides sobre eruditos de épocas posteriores, talvez seja melhor expressa pelo dito que está gravado sobre sua tumba :”De Moshê ( Moisés) a Moshê ( Maimônides), nunca houve ninguém como Moshê”. Tamanha a importância que é atribuída a Maimônides, a tal ponto de haver a comparação com o patriarca Moisés.
São Tomás de Aquino
Em suma, toda a importância de Maimônides na Ética judaica, foi a síntese e a explanação de toda a ética não apenas da Torá, mas de toda a tradição oral e escrita de forma clara e objetiva não apenas aos eruditos, mas aos leigos judeus e gentios.
Obviamente, aqui eu apenas pontuei alguns pontos qeu eu abordei sobre a ética de Moisés Maimônides, e é tão complexo e tão extenso que eu acho melhor comentar dois aspectos, sobre a figura do Messias e seu governo e também sobre a concepção de pecado original que é inexistente no judaísmo, o que já dá ao judaísmo, uma concepção ética deiferente do cristianismo. Então, deixei de lado outros aspectos não menos interessantes, como o caminho do meio, que talvez eu venha a abordar futuramente.


 Maimônides deixou um legado considerável tanto para a Filosofia judaica, como também para a Medicina. Graças a ele, a filosofia de Aristóteles foi aceita na Europa. Como Sabemos a tradução da obra aristotélica foi introduzida na Europa pelos árabes. Mas depois de Avicena e Aveirrós, Maimônides, foi o primeiro a tentar conciliar a fé judaica com a filosofia aristotélica, o que justamente Tomás de Aquino fez posteriormente no Cristianismo.
No último capítulo do meu trabalho, eu fiz uma breve analogia entre a figura do messias de Maimônides e do Filósofo rei de Platão.
No judaísmo, a concepção de um Messias remonta à promessa que Deus fez a Moisés, a qual suscitaria entre aquele povo escolhido, um profeta que o povo deveria escutá-lo e seguir os seus ensinamentos. Porém a promessa messiânica vem à tona, em diversas passagens bíblicas, especialmente no livro dos profetas.
No judaísmo não há a crença que as pessoas não-judias( goym, ou gentios) irão automaticamente para o inferno ou que os judeus irão automaticamente para o céu somente por pertencerem a uma ou outra religião . Em vez disso, o que realmente conta é a conduta ética individual. Muitos judeus tradicionais acreditam que o judaísmo fornece o melhor guia para conduzir essa vida ética.

Por  Wellington Apolônio. Este texto faz parte do estudo filosófico e da Monografia de Filosofia do Wellington, disponível na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo.

Comunidade se une em oração a Pe.Faustino

Conforme informado pela Secretaria do Governo Geral, o Pe. Faustino passou por um procedimento cirúrgico para reparação de um erro cardíaco.
Pe. Faustino dando aula em nossa Comunidade
Nossa Comunidade São João Evangelista deseja desde já se unir à Comunidade Nossa Senhora de Sion (Teologia) em oração ao nosso confrade Pe. Faustino.
Queremos ao mesmo tempo manifestar nossa alegria pela presença do Pe. Faustino em nosso quadro de formação, contribuindo com suas aulas de Sagrada Escritura, Festas Judaicas  e Hebraico.
Muita saúde ao Pe. Faustino. Esperamos o seu retorno.


Shalom

domingo, 16 de outubro de 2011

Poema de Henrique Vitorino sobre Amizade

Amizade

Amizade...
Tem alguma coisa mais interessante que amizade?
É como se fosse naquele dia
Em que você está desesperado,
Achando que o mundo está conspirando contra você,
E finalmente você acha um ombro amigo
No qual você pode confiar.
(suspiro de alívio)

Amizade, friendshipFreundschaft.
Os termos poder dizer alguma coisa…
Mas...
Quem é que descreve a sensação
De poder rir a vontade com que você gosta?
A presença é tão forte que
Nem é necessário dizer nada.
Amizade é um negócio!

Amigos são cada vez mais raros.
Principalmente neste mundo modernista!
Hoje você escolhe seus amigos pelo suposto “grau de afinidade”...
Como se você só tivesse que viver com quem você gosta!
Hoje não existe uma pura amizade, mas sim conveniência!
(Será que eu posso deletar os meus amigos?)

Sinceramente,
Eu rezo para que a amizade nunca se acabe.
Pois eu tenho certeza que sempre haverão os amigos tradicionais
Que conversam até mais tarde
Que brincam
Que brigam
Que riem à toa
Que se abraçam
Que sentem.
Pois amizade que sente
É crescimento do outro e de si mesmo.

Henrique Vitorino Moura VALLE