quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Medalha dos Justos Entre as Nações a povoado italiano


Quando a barbárie nazista parecia poder atingir inexoravelmente a população de fé hebraica, um sacerdote, junto a algumas famílias de San Zenone degli Ezzelini, na província de Treviso (Itália), salvaram 53 judeus.
O heroísmo dos protagonistas foi recordado no último dia 5 de outubro, na igreja de San Zenone degli Ezzelini, no transcurso de uma cerimônia na qual o instituto para a memória dos mártires e dos heróis do holocausto, Yad Vashem, conferiu o reconhecimento de “Justo entre as Nações” à memória deOddo Stocco, Ida Mozzachiodi Cobertaldo e, diretamente, a Pierina Lessio en Gazzola, a única dos três que ainda vive.
A encarregada de entregar as medalhas à sobrinha-neta de Oddo Stocco, à filha de Ida Mozzachiodi Colbertaldo e a Pierina Lessio foi Livia Link, conselheira da embaixada de Israel em Roma, que, em sua intervenção, recordou o especial valor do reconhecimento que o Yad Vashem designa às pessoas que arriscaram sua vida para salvar a dos judeus perseguidos durante o período bélico.
Para o Pe. Antonio Ziliotto, pároco da igreja de San Zenone, o reconhecimento do Yad Vashem“é uma honra adequada para uma obra de grande valor. O amor de Deus é sempre o mesmo: dar a vida pelos seus amigos. O amor de Stocco e das famílias de San Zenone é o mesmo que estamos chamados a viver hoje e nosso compromisso será ainda maior à luz deste reconhecimento”. 
As medalhas dos Justos foram designadas graças sobretudo ao testemunho escrito de três judeus poloneses salvos:Kalman, Abraham Gredinger e Shlomo Rakower, que já faleceram – em São Paulo, Sidney e Tel Aviv.
Contribuíram também outras pessoas salvas, entre elas, três ainda vivas: Renzo Franco (Veneza), Haia Luigia Huberman (Gênova) e Paolina Schilkmann Gredinger (Sidney). 
Com a colaboração de 22 famílias da sua comunidade, o Pe. Oddo acolheu 53 pessoas de fé judaica; destas, 30 foram identificadas com nome e sobrenome, 4 somente com o nome e 2 somente com o sobrenome. De 17 pessoas, foram perdidas as identidades. 
O prefeito de San Zenone, Luigi Mazzaro, recordou, além disso, as 20 famílias que, ainda que não tenham recebido o reconhecimento israelita, arriscaram sua vida para salvar os judeus.
Estavam presentes na cerimônia os alunos das escolas primárias e secundárias de San Zenone, que quiseram prestar uma homenagem aos premiados com uma citação extraída de “Se isso é um homem”, de Primo Levi, e com o canto "Auschwitz", de Francesco Guccini. No final da cerimônia, autoridades e participantes se transladaram para a frente da igreja de San Zenone, onde uma rua foi dedicada ao Pe. Oddo Stocco.

Fonte: Zenit

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