Nomes de Deus
É verdadeiramente irônico
que os judeus, que foram os primeiros a adotar a ideia da unidade de Deus,
tenham dado a ele um número surpreendente de designações. Esse fato tem sido
objeto de muita especulação por parte de historiadores bíblicos, filólogos e
antropólogos culturais. Todas as discussões, porém, resultaram em conclusões
pouco firmes e em escassos esclarecimentos. A hipótese mais razoável, talvez, é
a de que cada um dos inúmeros nomes de Deus que aparecem na Bíblia representa,
simplesmente, um atributo físico ou moral dele, expresso em termos humanos.
Em suas tentativas de
explicar a razão da multiplicidade dos nomes de Deus, o mestre rabínico do
século III d.C., Aba bar Memel, citava Deus como tendo dito a Moisés:
“Quando estou julgando a raça humana, chamo-me Elohim. Quando combato os
que praticam o mal, chamo-me Sabaot. Quando relembro dos pecados do homem, chamo-me El Shadai. Quando me compadeço do mundo chamo-me Iahweh.”
O nome de Deus mais
frequentemente mencionado na Bíblia ― ele aparece exatamente 6.823 vezes ― e considerado pelos judeus o mais elevado e
preeminente entre todos os nomes, é o de Yahweh.
Assim soa em português (depois que se acrescentou as vogais) ao conjunto das
quatro letras hebraicas Iod (י ) Hei (ה) Vav (ו) Hei (ה) ou I H V H, que expressa o nome
místico e inefável de Deus e que não pode ser pronunciado pelos devotos em sua
leitura a não ser em sua forma parafraseada Adonai
(meu Senhor). Esse nome ― IHVH ― também é conhecido como Tetragrama (Shem ha-Meforash).
Shem Ha-Meforash (hebraico, significa: “Nome
Explícito”, referindo-se ao que se chama de “Tetragrama”, que em grego quer
dizer “as quatro letras”; isto é, IHVH ― as quais constituem o nome místico de
Deus e se pronuncia Iahweh, em português).
Tradução: Pe Faustino